quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Foto, anos 20, da igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens de Porto Feliz. Foto do IPHAN





Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens de Porto Feliz, anos 20. Foi totalmente reformada e perdeu toda essa característica...Foto do IPHAN

segunda-feira, 31 de julho de 2017

O Caminho de Peabiru

O Caminho de Peabiru
O Caminho de Peabiru
Patrícia Buche
23/05/2017 14:39hs
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Não se sabe muito bem qual é a origem do Caminho de Peabiru, mas historiadores destacam algumas hipóteses e curiosidades sobre sua construção. Segundo o historiador e professor da Unila Clovis Antônio Brighenti, uma das teorias atribui seu surgimento aos grupos humanos de tradição arqueológica itararé, que seriam os antecessores dos povos indígenas contemporâneos caingangues e xoklengs. A segunda hipótese é que o caminho teria sido aberto por grupos guaranis que migraram do Oeste para o Leste há 900 anos. Uma terceira possibilidade é a trilha ter sido construída pelos incas, porque desejavam atingir o território interiorano e o Atlântico. No entanto, a jornalista, pesquisadora e escritora Rosana Bond discorda dessa tese, uma vez que esses povos são mais recentes, o que não coincide com a antiguidade da Peabiru. “Os incas usaram os caminhos de Peabiru, mas não foram os construtores. Eles foram em busca do nascer do sol, em direção ao Atlântico. Quando viram a estrada pronta, a ideia era chegar até o Sul do Brasil, por isso foram construindo infraestrutura preparatória ao longo das trilhas”, destaca ela em uma palestra que ministrou na Unila em 2014.



Assim, as características do caminho dão a entender que a origem está mais ligada ao povo guarani. Isso porque se olharmos para a dinâmica de povos como os guaranis que habitavam desde o litoral atlântico até os pés dos Andes é fácil concluir que as relações ocorriam por vias terrestres, já que nem tudo era possível atingir por rotas fluviais. Para eles, Peabiru era um caminho sagrado.



“Pode não ter sido construído exclusivamente por um único povo, mas pelas características ele tem muito de guarani, por cruzar o território desse povo e pela forma como os guaranis construíam seus caminhos plantando uma espécie de gramínea que não deixa outras plantas se desenvolverem, mantendo o caminho limpo, também encontrada nos demais caminhos guaranis”, destaca o historiador.



Daí vem a origem do nome Peabiru, que é uma corruptela da palavra guarani tapé avirú, na qual tapé significa caminho; e avirú, o som da gramínea amassada sob os pés. O Caminho de Peabiru foi aberto no meio da mata virgem. Com mais de um metro de largura, possui cerca de quatro mil quilômetros ligando o Atlântico ao Pacífico, e sua função, pelo que tudo indica, era facilitar as migrações de caráter religioso dos guaranis e de outros povos como os incas.



O Caminho de Peabiru

Segundo Brighenti, os primeiros europeus que chegaram à Bacia do Prata fizeram uso desses caminhos e os registraram em suas crônicas. Três figuras se destacam nessas aventuras. A primeira delas é Aleixo Garcia, náufrago da expedição de Juan Díaz de Solís, que foi acolhido pelos guaranis da costa atlântica e ficou por vários anos convivendo com eles. Durante a convivência, ouviu falar das minas de prata e do rei Branco. Partiu com os guaranis do litoral atlântico (hoje Santa Catarina) até Potosí. Na volta foi atacado por grupos rivais e faleceu sem retornar ao litoral.



Pouco mais tarde, em 1541, Alvar Nuñez Cabeza de Vaca percorreu o caminho entre Santa Catarina e Assunção com 250 homens e 26 cavalos, guiado pelos guaranis, percurso feito quase inteiramente por terra, por caminhos pré-coloniais. Um terceiro aventureiro a usar os caminhos pré-coloniais foi Ulrich Schmidl, em 1567, quando fez o trajeto inverso, saindo da capital paraguaia em direção ao litoral de São Paulo pelas trilhas indígenas.



Vale destacar que os três não seguiram o mesmo caminho, pois havia diferentes rotas. “Há pesquisadores que afirmam que o Peabiru era um caminho bem particular, que servia unicamente para rotas de migrações religiosas. Isso é difícil de comprovar, no entanto o que é possível afirmar nesse momento é a existência de diversos caminhos que ligaram norte e sul e o Atlântico ao Pacífico”, explica.



Percurso

O Caminho de Peabiru possui cerca de quatro mil quilômetros. No litoral ele tinha duas entradas, uma no litoral norte de Santa Catarina e outra em Cananeia (SP). Os dois ramais se encontravam no Norte do Paraná, formando um único caminho que rumava em direção a Guaíra. Este seguia pela região fronteiriça e adentrava a Bolívia até Santa Cruz, dividindo-se depois em ramais para Cusco e para a Região Norte do Chile. Segundo a pesquisadora Rosana, Peabiru era ainda uma imitação do sol na terra, segundo a visão de que o deus sol nasceria no Atlântico e morreria no Pacífico.



Um dos ramais passava por Foz do Iguaçu, pelo qual passou Cabeza de Vaca em 1542, quando os guaranis mostraram a ele a existência das Cataratas. “Hoje se diz que ele foi o descobridor das Cataratas, mas é justamente ao contrário, foram os guaranis que mostraram a ele as quedas”, relata o professor. Nos ramais do Paraná o caminho passava por cidades como Francisco Beltrão, Maringá, Campo Mourão, Foz do Iguaçu e, ainda, o município Peabiru.



Clovis não chegou a percorrer o caminho, mas conheceu pequenos trechos em Santa Catarina. Segundo ele, dificilmente a passagem será reativada, pois não existe mais. “Os europeus destruíram tudo o que havia. A ganância do enriquecer fez com que ignorassem por completo e destruíssem as referências indígenas na América. Por outro lado, os indígenas contemporâneos, especialmente os guaranis, seguem fazendo suas rotas migratórias, sua busca da ‘terra sem mal’ por outros caminhos, mas mantendo o objetivo primeiro que é encontrar a terra boa onde possam viver o penderekó, os costumes guaranis. Portanto, os guaranis estão lutando para garantir suas terras, recuperar seu território e desenvolvendo ações e mobilidade a partir de outros mecanismos”, finaliza.



“É importante para nós, como humanidade, sabermos da história de nossos antepassados, mesmo que não parentes sanguíneos, mas parentes pela condição humana. Saber que não somos os mais desenvolvidos, ao contrário, somos uma geração que mais tem destruído o planeta e que muito pouco aprendemos dessas sociedades antigas. Alguns desejam reabrir o caminho para fins de turismo, como ocorre com o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Minha opinião é que se tiver caráter puramente turístico para alguns lucrarem com esse caminho, melhor não continuar as pesquisas, porque estariam contrariando as origens do caminho”, enfatiza.



O caminho em Foz do Iguaçu

Não se tem uma confirmação exata do local por onde passava o Caminho de Peabiru em Foz. No entanto, segundo a pesquisadora Rosana Bond, o ramal que cortava a cidade chegava a Assunção, no Paraguai. Esse percurso foi feito por Cabeza de Vaca quando ele chegou a Foz do Iguaçu guiado pelos índios em 1542. Não se pode ter certeza, mas Rosana destaca que naquela época ele veio pelo Rio Iguaçu e por pouco não caiu nas Cataratas. Em seguida foi guiado pelos índios e desceu a mata rumo ao Rio Paraná, em que hoje se encontra a Ponte da Amizade. Dali partiram rumo ao Salto Monday.





Revista Peabiru



Em 2011 foi criada a Revista Peabiru pela gaúcha Michele Dacas que tem formação, mestrado e doutorado na área de comunicação. A Revista faz parte de um projeto de extensão da Unila e leva esse nome por representar a ideia do projeto que é ter ligação com a história e cultura da América Latina.

De revista on-line, a publicação foi expandindo-se. Virou cordel (varal) e atualmente é também impressa. Está em sua 20ª edição e já conta com duas versões impressas. Tem 2.700 tiragens e é distribuída em toda a América Latina. “São seis anos de revista, e eu vejo que hoje ela é importante. Ela possui uma linguagem acessível ao público, mistura fotos, textos e ilustrações”, explica.



Michele Dacas é fundadora, coordenadora e editora da Revista Peabiru. Trabalha na área de Relações Públicas da Unila. É formada em Comunicação com mestra





Por: Patrícia Buche

Colaboração: Clovis Antônio Brighenti

Caminho das Águas Tietê o rio dos paulistas


O caminho das águas, os rios do Brasil:
o Tietê dos paulistas
O Tietê ou Anhembi, como ainda o chamam, não é, para os paulistas, apenas um rio de planalto, mas um credo de fé, uma religião. Não só o rio histórico, pelo qual os antigos canoeiros e regatões, partindo da velha Araraitaguaba (ou Araritaguaba, “barreiro das araras”), atingiam a distante Vila do Bom Jesus de Cuiabá. O episódio das monções levou o povoamento do Planalto paulistano, mais precisamente de Parnaíba, até o Mato Grosso, que já nasceu paulista e mameluco. As expedições monçoeiras contam a história seiscentista dessas duas regiões, em detalhes preciosos. TAUNAY retratou-a em todos os seus passos, procurando recuperar não apenas o espírito conquistador do europeu tornado mestiço, como a própria trajetória bandeirantista, com seus riscos, suas dificuldades, suas lutas, suas mortes. Os objetivos e a motivação dessas viagens: apresamento, encontro das jazidas minerais, os descobertos, o alargamento das fronteiras de São Paulo e do território português, a posse da terra virgem, a riqueza, mas também a própria subsistência do homem planaltino. São Paulo era pobre, pobre de recursos econômicos, pobre de homens.
Em São Paulo, o Tietê, ou o “rio grande de unas aves añumas”, segundo o Governador do Paraguai, Don Luís de Céspedes Xeria, no primeiro mapeamento oficial de seu curso, em 1628, exerceu o mesmo papel de integração das comunidades ribeirinhas que o São Francisco, embora em nível regional. Mas a conseqüência da ação que desencadeou, como instrumento útil para a sua realização, o projetou além dos limites estaduais.
Muito se falou do Tietê, desde a fundação de São Paulo e da escolha do local para assentamento do Colégio Jesuístico, no chamado delta do Tamanduateí, pelo Padre Nóbrega, em 1553. As Atas da Câmara da Vila do Campo, desde 1562, o descrevem como o “rio grande da vila”, bastante piscoso, tanto na parte alta, junto ao núcleo, na várzea do Pari, como rio abaixo, rumo ao interior, atravessando os sertões. Navegável, até onde permitiam os saltos e as corredeiras que atravancavam o seu leito, a partir de Araraitaguaba.
Em 1953, segundo ROCHA (1991: 19), foi determinada a nascente do rio, em terras paulistas, legitimando-o como marco histórico do povoamento de são Paulo. Essas nascentes estão no município de Salesópolis, a 25 km de sua sede, “nos contrafortes da banda ocidental da Serra do Mar”. Aí, ele inicia a aventura para o interior, até o encontro das águas do Paraná, onde morre. De acordo com AZEVEDO MARQUES (1958: 285-6), o Tietê desenvolve um trajeto de 200 léguas ou 1120 km e banha alguns municípios do estado, como Mogi das Cruzes, Santa Isabel, Salto, Itu, Cerquilho, Tietê, Porto Feliz, Laranjal Paulista, Iacanga, Capivari, Tatuí, Botucatu, Anhembi, Barra Bonita, Arealva, Boracea, Ibitinga, Novo Horizonte, Sabino, Sales, Sud Menucci, até o pontal do estado, em Pereira Barreto. Ao entrar na antiga Vila do Campo, vindo de suas nascentes, pelo norte, margeava terras das primitivas freguesias tornadas, depois, bairros populosos, como N. Senhora da Esperança do Ó (Freguesia do Ó), Piqueri, Morro Grande, os sítios de Carapicuíba e Barueri, atingindo a vila de Parnaíba (Santana do Parnaíba), em busca de Pirapora do Bom Jesus; daí em diante, é o rio do interior, da conquista do oeste.
Olhando o seu curso nos mapas, que projeta uma posição contrária ao São Francisco, ao vencer todos os obstáculos para chegar ao mar, entende-se porque o Tietê auxiliou na vocação sertanista dos mamelucos, correndo na contra-mão do destino hidrográfico natural dos demais rios. Para a vila seiscentista e para a cidade imperial do século XVIII, embrião da São Paulo-metrópole, o Tietê era e é o rio-símbolo de sua memória, apesar da degradação ambiental que o urbanismo lhe acarretou. Seu afluente maior, o Tamanduateí, tão importante para o quinhentismo e seiscentismo paulistanos, perdeu o significado histórico a partir de suas canalizações, projetadas desde João Teodoro. Talvez o desaparecimento posterior da “ponte pequena”, que permitia a comunicação da várzea com a própria vila e com o núcleo insipiente do Bom Jesus (Brás), no caminho da Penha, significasse o início do esquecimento de suas funções de aglutinador e adensador populacional interno, tanto quanto o Tietê era dispersor.
Examinando-se o mapa hidrográfico de São Paulo, da vila e do estado, pode-se obter um reconhecimento mais detalhado destes pontos:
influência indígena tupi nos topônimos dos sub-afluentes do Tietê, a partir de dois dos seus formadores mais conhecidos, no planalto, o Tamanduateí e o Anhangabaú;
a trajetória do Tietê para oeste, a construção de cidades às suas margens, como se mencionou, a presença de topônimos portugueses de origem religiosa, mesclando-se com a camada primitiva, e que alavancaram o cruzamento das fronteiras lingüísticas e geográficas, como decorrência não apenas do período bandeirante mas da própria população devota, instalada, aos poucos, nesses sítios.
É oportuno transcrever aqui, a informação de BIERRENBACH LIMA (1946: 89-91) sobre a bacia hidrográfica de São Paulo do Campo - como preferimos usar ao invés de São Paulo de Piratininga, de acordo com nossa pesquisa anterior (DICK, 1997) -: “As águas dos córregos, ribeirões e rios, alheios ao crescer da cidade, continuavam a correr silenciosamente nos seus leitos naturais nas épocas de estiagem; quando chegava a época das chuvas transbordando espraiavam suas águas pelas baixadas formando pequenos e grandes alagadiços cuja superfície esbranquiçante formava um contraste interessante no vale claro dos campos dessa região”. As enchentes mencionadas pelo engenheiro Bierrenbach mostram que a São Paulo atual já padecia dos mesmos males desde os primeiros tempos de vida, por causa da situação do terreno. ANCHIETA a ela se referiu em dois momentos, na Carta ao Padre Geral de São Vicente, em 1º de junho de 1560 (Cartas Jesuíticas, III: 149ª, 152-153), mencionando o fenômeno da piratininga (“peixe seco”). As cheias atingiam a todos os córregos da vila, cujos topônimos são lembrados até hoje, com poucas exceções: Saracura Grande e Pequeno, Iacuba, Pacaembu, Guaré, Cambuci, Ipiranga, Mooca, Piratininga (que talvez nem tenha existido, como diz Azevedo Marques). O mapa em anexo ao texto de Bierrenbach Lima mostra a localização geográfica desses acidentes na rede urbana da cidade (ib.: 90).
No plano estadual, os afluentes do Tietê mantêm a tendência indígena da nomeação: rios Jundiaí, Sorocaba, Capivari, Piracicaba, resultante de três outros, o Atibaia, o Jaguari e Camanducaia, quase nos limites de Minas. São também bastante conhecidos o Jacaré-Guaçu e o Jacaré Pepira, principalmente este. O Tietê alcança o Paraná ladeado por dois outros cursos consideráveis, o Aguapeí ou Feio e o São José dos Dourados, um dos poucos topônimos em português, nos maiores afluentes. Considerando-se, porém, a bacia hidrográfica geral do estado, outros nomes indígenas tupis distribuem-se, cartograficamente, como o Paranapanema, o Itararé, o Itapirapuã, o Itapetininga, o Apiaí, o Taquari, a sudoeste, contribuindo com suas águas para o mesmo complexo tieteano; a sudeste, os maiores cursos também são bastante conhecidos, como o Paraíba, o Paraibuna, o Paraitinga; a nordeste, sobressaem-se o Mogi-Guaçu e o Mogi-Mirim; e, ao norte, o Sapucaí-Mirim, zona limítrofe com Minas.
À medida que o rio sai do município de são Paulo, para o interior, duas características ganham vulto: a - as expedições monçoeiras de Araraitaguaba, no século XVII, responsáveis pela expansão das fronteiras paulistas para o centro-oeste, como se mencionou; b - os acidentes fluviais, saltos, cachoeiras, cataratas, que interrompiam, constantemente, a travessia, conforme os estudos pioneiros de TAUNAY e os de DRUMOND e NOGUEIRA (1982), sobre a toponímia do Tietê.
Drumond e Nogueira, em seu trabalho, examinaram mapas, diários e relatos de viagem, levantando cerca de 398 acidentes entre córregos, ribeirões, rios, cachoeiras, corredeiras, ilhas, águas, portos, saltos, canais, voltas, lagoas, pontal. Submeteram os topônimos ao modelo taxionômico de (DICK c, 1980), que revelou, como índices motivadores preferenciais, ou campos semânticos de maior ocorrência, as categorias zoo e fitotoponímicas, acompanhando, assim, as tendências comuns em acidentes físicos. Desse levantamento, que pode ser considerado um tipo de glossário terminológico específico, com macro e micro-estruturas aproximadas do modelo lexicográfico em uso, chama atenção a ênfase às etimologias das entradas lexicais e as referências às folhas topográficas ou registro dos acidentes inventariados. Reestudando o campo etimológico coletado pelos autores, encontramos cerca de 135 matrizes indígenas, o que reforça a conclusão de estudiosos como DAUZAT, ao fixarem a antigüidade dos topônimos de rios e montes às primitivas camadas lingüisticas regionais, e a sua permanência no decorrer dos tempos. Mudam os nomes dos acidentes antropo-culturais, os dos físicos permanecem.
Completando, também, os apontamentos cartográficos mencionados, em ADONIAS, no capítulo referente a São Paulo, o Tietê aparece citado em algumas cartas, poucas, é verdade: Plano do Rio Tietê ou Añemby desde a Cidade do mesmo nome até a sua confluência no Rio Paraná ou Rio Grande, levantada por Francisco José de Lacerda e Almeida, 1788 e 1789 (p.491); Mapa Corographico da Capitania de São Paulo, de Roiz Montesinho (1791-1792), com esta anotação de interesse: “O Rio Tietê d’esde o Porto d’Araraytaguaba athe a sua Barra no Paraná, o mesmo athe a sua Confluencia com o Rio Pardo e este até a Fazenda Camapoana com todos os mais rios que nella fazem Barra, forão observados em 1789 pelo Astrônomo de S.Magde. Franco. José de Lacerda” (p.492). Do ponto de vista etnolingüístico, a leitura das Cartas das Capitanias de São Paulo e do Paraná, em especial da baía de Paranaguá, mostra a presença maciça dos índios de origem tupi, com referência ao sub-grupo Tupiniquim (p. 503) e aos Guarani, sub-grupo Carijó. Na Carta sobre os Campos de Guarapuava (1771-1772), a anotação refere-se aos índios Xokleng, ainda remanescentes na ilha de Santa Catarina. São de origem makro-jê, incluídos na família Jê, dos quais a nomenclatura geográfica oficial não registrou topônimos.
Quanto às expedições monçoeiras, que definiram o Tietê, historicamente, pode-se acompanhar o pensamento dos autores em geral, que dizem ser o melhor biografado a esse respeito. Um e outras estão de tal forma ligados que chegam a ser excludentes, do ponto de vista semântico. Ambos são pressupostos de cada um, ao serem tomados em sua individualidade. ALMEIDA ROCHA, referindo-se a esse fato, destaca algumas causas do declínio do ciclo monçoeiro, dentre as quais, além daquelas já discutidas em outros compêndios, o “advento do barco a vapor, navegando pelo Prata e outros rios de maior calado” (ib.: 22), o que tornaria obsoleta a navegação tradicional, nos primitivos batelões, difíceis de vencer a longa série dos acidentes naturais, já mencionados.
Em estudo anterior (DICK c, 1990), tivemos oportunidade de analisar os Relatos de Taunay, para quem a navegação do Tietê era mais antiga que a do São Francisco, e de comprovar essa situação, já enunciada no levantamento de Drumond e Nogueira. De acordo com Taunay, em 1727, Gervasio Leite Rabelo, um século depois da documentação de 1628, para atingir a foz do rio, “tivera de vencer 160 obstáculos entre cachoeiras, correntezas, itaipavas trechos de cirga, despenhadeiros, contrassaltos, funis, jupiás, redemoinhos, e tucunduvas”; além disso, “as monções cuiabanas” tinham que “atravessar terras inóspitas habitadas por nações belicosíssimas como os paiaguás, guaicurús e caiapós” (TAUNAY, In: DICK, 1990: 199-200). AZEVEDO MARQUES (ib.: 286), por sua vez, refere-se ao Tietê desta forma: “De álveo tortuosíssimo o Tietê não oferece a navegação que comportam suas águas, porque, além da circunstância apontada, o seu leito é pela maior parte de formação granítica com grande número de ilhas, cachoeiras e corredeiras, partindo de Porto Feliz”, o que só reforça o destemor dos mamelucos e a necessidade que os impelia para além do planalto.
Não é objetivo desta Comunicação, entretanto, o reexame dos Relatos, que serão discutidos em texto à parte e complementar às pesquisas toponímicas subsidiárias do Atlas Toponímico do Estado de São Paulo, ora em conclusão. Mas é conveniente referir, com o autor, a importância dessa trajetória fluvial para a descoberta das minas de Cuiabá, uma vez que as das Gerais e de Goiás tiveram outro roteiro terrestre, ainda que partindo também de são Paulo. As primeiras expedições paulistas que atingiram Mato Grosso foram as de Manoel de Campos Bicudo, seu filho Antonio Pires de Campos, no século XVIII, e as do pioneiro, Pascoal Moreira Cabral Leme, em 1685, que chega em Miranda (antigo Mboteteú) e estabelece aí o núcleo mameluco dos paulistas em terras matogrossenses. A Notícia 6ª Prática (Relatos: 112), relativa à viagem do Governador e Capitão General de São Paulo às minas de Cuiabá, descobertas em seu governo, especifica, com minúcias, o tempo decorrido na viagem, desde a partida da vila, em 07 de julho de 1726, à chegada ao destino, em 1º de fevereiro de 1727, bem como os lugares e rios percorridos. O arraial das minas, em Mato Grosso, foi dedicado ao Senhor Bom Jesus, situado a meia légua do Porto Geral, no rio Cuiabá. Em 1º de janeiro de 1727, o arraial recebeu do governador os foros de vila, com o nome de Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá.
Essa a missão histórica e etnolingüística do Tietê, iniciada, para esse fim, na freguesia de Araraitaguaba, depois freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens, hoje, simplesmente, Porto Feliz, topônimo eufemístico, a marcar o momento das despedidas dos monçoeiros e o desejo de feliz travessia.

domingo, 2 de julho de 2017

COLONOS BELGAS EM PORTO FELIZ

Colonos Belgas em Porto Feliz (*)

A rápida expansão da economia cafeeira para o chamado “Oeste Paulista”, praticamente despovoado no século passado, ocorreu em um momento no qual estavam reduzidas as possibilidades de continuidade das relações escravistas de produção. A demanda de mão de obra era muito maior que a oferta de escravos, e a permanência de escravidão impunha limites à utilização de outras fontes de trabalhadores.  A existência do preconceito contra o braço nacional, que, por sua vez, não se adaptava facilmente à condição de trabalhador

assalariado de forma disciplinada, dificultava a sua utilização. A preferência dos fazendeiros do ‘’Oeste” pelo trabalhador estrangeiro e a existência de um excesso de população liberada pela crise que assolava vários países da Europa, especialmente a Itália, favoreceram a implantação de um fluxo imigratório para a então Província de São Paulo. Pouco a pouco os imigrantes estrangeiros sob formas diversas como: regime de parceria, imigração espontânea ou subvencionada...) substituiram o braço escravo nas grandes lavouras.

Enquanto nas Províncias do Sul do país predominou o sistema de estabelecimento dos imigrantes em Colônias, como pequenos proprietários, em São Paulo a expansão de cafeicultura reduziu a disponibilidade de terras para esse tipo de fixação de estrangeiros. As limitações das Colonias particulares, que surgiram em diversas fazendas (como a de Ibicaba, do senador Vergueiro, no município de Limeira), e o impasse surgido com o regime de parceria, resultaram na criação de núcleos coloniais oficiais pelo Estado. Sua existência, porém, atendia direta ou indiretamente aos interesses da grande lavoura. Funcionavam como fornecedores de

generos a preços baixas, como focos de atração e fixação de imigrantes, ou então como reservas de mão de obra para seus periodos de maior atividade.

Todas as preocupações com a introdução de trabalhadores visaram completar ou formar quadros de força de trabalho para as lavouras de café. As regiões marginalizadas no surto cafeeiro, como foi o caso de Porto Feliz, não foram beneficiadas pelo fluxo imigratório da segunda metade do século XIX. Nesse período, a força de trabalho disponível naquele município resumia se a umas poucas centenas de escravos.

Entre 1790 e 1830 Porto Feliz, juntamente com Itu e Campinas, controlava a produção açucareira da Capitania de São Paulo. Era uma zona das mais povoadas, e o número de escravos pouco inferior ao de Itu e Campinas.

Depois de favorecido pela conjuntura do final do século XVIII, ocasião em que renasceram os engenhos paulistas, o açúcar brasileiro enfrentou uma fase de recessão, a partir de 1830, que teve suas origens no aumento da concorrência nos mercados internacionais.

Em consequência dessa fase de recesso, com o passar dos anos a produção açucareira de Porto Feliz foi perdendo importância, um grande número de engenhos foram desativados e centenas de escravos vendidos.

Augusto Emílio Zaluar ficou decepcionado com o atraso da antiga Araritaguaba quando por ela passou em 1860, e escreveu no seu livro de viagens Peregrinação pela Província de São Paulo: “O seu comércio é muito insignificante, pois apenas existem aqui algumas tabernas, e poucas lojas de fazendas e armazéns. A população deste distrito, que já foi de 10 a 11.000 almas, está hoje reduzida a 7000, sendo 5.000 Iivres e 2.000 escravas”.

Na década de 1870 começaram a ser criados no Brasil os chamados Engenhos Centrais, modernas fábricas de açúcar. Um grupo de fazendeiros de Porto Feliz resolveu também construir um Engenho Central, numa tentativa de superar os problemas econômicos do município, e em 1876 organizou a Companhia Açucareira de Porto Feliz. No contrato que a Companhia assinou com o Governo Imperial para a garantia de juros, então em vigor para capitais empregados em estabelecimentos desse gênero, ficava proibida a utilização do braço

escravo, ao mesmo tempo que facilitava a aquisição de terrenos devolutos para posterior revenda a imigrantes europeus.

Finalmente, com uma grande festa foi inaugurado, a 28 de outubro de 1878, o Engenho Central de Porto Feliz, o primeiro construído na Província de São Paulo e o terceiro de todo o Brasil.

Entretanto, nada de providencias concretas para a introdução de trabalhadores na região. Criado o Engenho Central, o cultivo do canavial e a fabricação do açúcar formaram dois setores separados, com a aplicação de medicas ‘’modernizantes” apenas no segundo setor. A deficiência de braços e de novas técnicas na lavoura , a deficiência dos meios de transporte de cana, e o desinteresse dos plantadores em assumir compromissos de fornecimento, geraram uma série de crises no abastecimento de matéria prima.

Núcleo colonial “Rodrigo Silva”

Para colaborar na solução da crise de fornecimento da cana de açúcar, recorreu se então, passado quase um decênio da inauguração do Engenho Central, às experiências já utilizadas na cafeicultura: aos núcleos coloniais. Assim, nas zonas açucareiras de Porto Feliz e Lorena, onde também foi fundada uma colônia para atender às necessidades de um Engenho Central, os núcleos coloniais oficiais poderiam atrair e fixar trabalhadores, que se transformariam em pequenos proprietários e assegurariam safras fixas de cana aos respectivos

Engenhos Centrais.

Nessa época, a Sociedade Central de Imigração e outros dos interessados na transferência de mão de obra para o Brasil desenvolviam intensa propaganda na Europa. Na Bélgica surgiram muitos candidatos, entre eles o padre Jean Baptiste VanEsse, atraído com a possibilidade dos lucros que certamente proporcionariam a formação de uma colônia belga no Novo Mundo.

Para a instalação do núcleo colonial em Porto Feliz, o governo havia adquirido algumas propriedades nas imediações da cidade. Nessa altura dos acontecimentos VanEsse já conversara com o Ministro da Agricultura, na ocasião Rodrigo Silva, ao qual fora apresentado por Edouard de Grelle, Ministro da 8élgica no Rio de Janeiro. Levaram o padre belga para conhecer as terras de Porto Feliz e ele entusiasmou se com a fertilidade do terreno, considerado proprio para o cultivo da cana, cereais, café e tabaco. Depois da visita, VanEsse

escreveu à Diretoria da Sociedade Central de Imigração uma carta, datada de 13 de janeiro de 1888, dando pormenores do seu projeto, no qual seriam investidos 50.000 francos belgas.

Autorizado pelo Aviso nº 111, de 16 de novembro de 1887, do Ministério da Agricultura, o Inspetor Geral das Terras e Colonização assinou, no dia seguinte, um minucioso contrato com o padre VanEsse . De acordo com o contrato seriam introduzidas 50 familias na colonia, sendo 45 familias necessariamente de agricultores, a começar do inicio de maio de 18B8 até 31 de maio de 1889. Cada familia obrigava se a trazer um capital minimo de 1.000 francos, mais os utensilios domésticos e implementos agricolas. As despesas com o transporte dos colonos e de suas bagagens ficavam por conta do governo.

O núcleo colonial ficaria sujeito à jurisdição civil, segundo as leis e disposições em vigor no Império, e o padre VanEsse, na qualidade de “diretor espiritual”, seria um representante remunerado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Publicas.

Conforme o oficio de 19 de fevereiro de 1888, enviado por E. de Grell e a o Principe Chimay, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, o Ministro Rodrigo Silva previa um brilhante futuro da Colônia de Porto Feliz, cuja criação testemunhava a simpatia dos brasileiros pelos trabalhadores belgas.

Para atrair seus colonos na Bélgica, VanEsse redigiu um opúsculo, no qual prometia grandes vantagens: os lotes de 20 a 30 hectares custariam em média 1.400 francos e poderiam ser totalmente pagos pelos colonos no prazo máximo de sete anos. Além disso, como o núcleo era fundado com o objetivo de alimentar o Engenho Central, toda a produção de cana tinha comprador certo.

O opúsculo esclarecia que, como as casas construídas pelo governo eram precárias, seria preferível transportar da Bélgica casas pré fabricadas com paredes, divisões e teto de ferro.

Aos colonos VanEsse sugeria a organizado de uma cooperativa. Através dela o excedente da produção seria colocado no mercado, a ela caberia a compra de alimentos e ferramentas, e mediante uma pequena contribuição mensal ela providenciaria assistência médica e medicamentos as famílias dos colonos. A cooperativa poderia depois se ligar a outras do mesmo gênero, formadas em futuras colônias belgas.

As primeiras 25 famílias chegaram ao Brasil a bordo do navio Hipparchus. Do porto de Santos partiam de trem com destino a Itu ou Sorocaba, de onde alcançariam Porto Feliz a pé ou em carro de bois. Em fins de maio de 1888 requereram os seus lotes os seguintes colonos: Alexandre Libois, Edouard Leroy, Vital Kestemond, Felix Wayens, J.B. Vanerwyck, J.J. Descolte, Juies Bertz, François Aerre, François Labenne, Ferdinand Boudart, Auguste Dubois, Hubert Dumont, Augustine Detry, Gustave Dumont, Genius Despontin, Edmonde Taupe, Emile Gérard Ballion, Adelin Péters e Auguste de Becquerot.

O estabelecimento recebeu a denominação de Núcleo Colônial “Rodrigo Silva”, em homenagem ao antigo Ministro da Agricultura. Ocupava uma área de 1.600 hectares, que custaram 23:000S000 réis aos cofres públicos. De acordo com um artigo publicado no Etele du Sud (jornal escrito em francês, dirigido por Charles Morel e impresso no Rio de Janeiro,foram projetada para abrigar 1.000 colonos belgas, e esperava se que constituisse em  estabelecimento modelo, uma espécie de escola pratica de agricultura, de centro de difusão de novas técnicas de cultivo e de novas lavouras. A Gazeta de Noticias, do Rio de Janeiro considerava o empreendimento “louvavel” não apenas como auxilio para a agricultura, mas também do ponto de vista de sua influência em todas as esferas sociais”, com a conseqüentes facilidades para o desenvolvimento da pequena propriedade, introduzindo no Brasil elementos da “laboriosa raça belga.”

Meses depois, o Diário Popular de 31 de janeiro de 1889, sob o título ‘’Colônia Malsinada”, dava “conta das péssimas condições em que se encontrava a projeta escola prática de agricultura. A notícia falava em “falta de direção experimentada’’ criticava a intervenção paternal do Governo e a direção clerical, que revelava ‘’tendências absorventes e autoritárias’’. Informava ainda que os imigrantes estavam vendendo ferramentas agrícolas por falta de dinheiro para a compra de alimentos. O Senador Taunay comentou esse artigo na sessão de 7 de fevereiro de 1889 da Diretoria da Sociedade Central de Imigração.

As mesmas críticas do Diário Popular foram repetidas por Alfred Marc em Le Brésil: Excursíon dutravers ses 20 Provinces publicado em 1898. Surgiram protestos contra a direção do núcleo colonial. Entretanto, VanEsse não desistiu da empresa. A 4 de maio de 1889 remete um ofício ao Barão George Reusens, então Ministro da Legação belga do Rio de Janeiro, solicitando sua intervenção para a prorrogação do prazo do contrato, que o obrigava a introduzir as famílias restantes, já engajadas na 8élgica, até o dia 31 daquele mês, e para as quais o Cônsul do Brasil em Anvers não concedia a necessária autorização para embarque, No mesmo ofício ele se defendia das acusações apontando a existência de inúmeros inimigos, que não perdiam oportunidade para calunia.

O Consul da Bélgica em São Paulo, Pety de Thozée, era um dos críticos de VanEsse. Lembrava que o padre tivera a brilhante idéia de vender aos colonos casas de ferro fabricadas em Charleroi, inabitáveis em clima quente, em vez de construir moradias com material local. Acusava VanEsse de ter comprado a fazenda “Canguera”: nas proximidades da Colônia, por preço exagerado e para uso pessoal.

Pouco a pouco os colonos debandaram. Uns voltaram para a Bélgica, outros passaram para Porto Feliz e cidades vizinhas e poucos ficaram na Colônia.

A tutela do Governo somente foi retirada pelo Decreto número 225 A, de 30 de dezembro de 1893, que emancipou também outros sete núcleos oficiais instalados em outros municípios.

Os belgas foram substituídos por brasileiros e imigrantes de outras nacionalidades, como demonstrou o recenseamento realizado em 1893: a população de 271 habitantes, todos agricultores, era formada por 150 brasileiros, 62 belgas, 39 italianos, 16 espanhóis, 1 francês, 1 alemão, I norte americano e 1 “africano”.

Das 52 moradias, avaliadas em 13:420$000 réis, 50 ainda eram casas provisórias. O valor da produção do Núcleo Colonial “Rodrigo Silva” nesse ano atingiu 46:068$000 reis, no qual o milho participava com mais de 5096 registrando se a existência de dois “engenhos de-cana” para o seu beneficiamento. A produção de cana não ultrapassou os 60 carros (cada carro equivalia aproximadamente a 1.500 quilos), avaliados em I:800$000 réis. Os colonos, quando plantavam cana, achavam mais produtivo “fazer com ela aguardente, do que puxá la uma longa distancia, empilha la sobre vagões e esperar em seguida com paciência longos meses para serem pagos, estando o Engenho cronicamente sem vintêm”, como escreveu Frederic Sawyer no seu estudo sobre a industria açucareira em São Paulo, publicado em 1905.

O fracasso da experiência com colonos belgas em Porto Feliz deve ser atribuido à deficiência do sistema de recrutamento desses imigrantes. A própria diretoria da Sociedade Central de Imigração reconhecia que os belgas não estavam dando prova como trabalhadores assalariados nas fazendas e como pequenos proprietários, porque vinham da Europa com muitas esperanças, fundadas em promessas exageradas e de difícil realização, pelo menos na fase inicial. E a maioria deles era formada por operários das industrias e minas, que não tinham nenhuma experiência anterior com o trabalho do campo.

Além desse problema fundamental devemos lembrar ausencia de uma liderança efetiva; a pressão exercida por alguns dos grandes proprietários, que certamente não viam com bons olhos o estabelecimento; as reduzidas dimensões do mercado consumidor para os produtos da colonia e as constantes crises do próprio Engenho Central que motivou a sua fundação.

Depois de sua desastrosa atividade como diretor do Núcleo Colonial Rodrigo Silva’’, o padre VanEsse exerceu as funções de vigário em várias cidade do interior: Cajuru, Matão, São Carlos, Santa Barbara do Rio Pardo e depois em Curitiba. Terminou a sua vida como professor do Seminário Arquidiocesano de São Paulo.

(*) Jonas Soares de Souza - Jornal Cruzeiro do Sul – Sorocaba - 3 de setembro de 1978 p.20

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Porto Feliz é uma cidade histórica. As famosas Monções, expedições que seguiam de São Paulo para Cuiabá, partiam do porto, no rio Tietê, em Porto Feliz. As expedições seguiam para abastecer o forte Iguatemy e para levarem mantimentos e trazer ouro de Mato Grosso. Mas a mais famosa delas é do barão de Langsdorff, expedição científica que percorreu toda região norte com desenhistas e cientistas europeus catalogando e pesquisando esses lugares ainda inexplorados. O Instituto Histórico de Porto Feliz visa preservar a história da cidade.